“o amor é um templo erguido pelo amante para o objeto (mais ou menos valioso) de sua adoração; o que é grandioso no objeto não é tanto o deus quanto o altar(…) O ídolo pode permanecer por um longo tempo ou cair logo, mas, mesmo assim, você terá construído uma bela casa de culto."
O amor como arte. Transcendo o conhecimento do mundo ao olhar para o outro com a liberdade poética de criação. O encantamento para a eternidade. Pois pensar na imagem da espera, é por muitas vezes sufocante, traz a visão romântica daquela que fica à fiar, enquanto “seu homem” sai na aventura das revoluções. A espera dá a elas os lugares secundários da história. Minha pesquisa busca mulheres que vivem um amor embarcado e com ele, puxam o ferro, soltam os cabos, e lançam seus próprios navios ao mar.
Baseada em minha história, de 8 anos de desencontros marítimos, percebi que as calcinhas pensadas para a grande noite que nunca chegou, envelheceram. O tempo como ausência, de afrodisíaco passou para o vazio da dor até chegar no cais da inspiração. Assim, as langerris como símbolos eróticos, aqui, tomam seu lugar na intimidade feminina, lugar de liberdade de desejos. Coladas no corpo, no sexo da mulher, causam repulsa e estranhamentos, traduzo em mistério, como o próprio mar.
E assim faço, hoje, minha, tuas calcinhas.
Antonia Moura
*George Sand, citado em Hofstadter, The Love Affair as a Work of Art in Em Defesa do Amor. Resgatando o Romance no Século XXI de Cristina Nehring
Produção: Emanuel Gama
Design: Leonardo Assis
Texto: Antônia Moura
Fotos: Leonardo Assis
Abertura: 27 de abril de 2018
Encerramento: 27 de maio de 2018
Sala Dona Geralda
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