A Casa da Cultura apresenta, de 27 de abril a 27 de maio, a exposição Amélio, Mestre Cirandeiro, celebrando oito décadas de vida de um dos nomes mais talentosos e queridos da ciranda da região. Conhecida dança de roda em diversos cantos do país, a ciranda tem sua representação em Paraty, de maneira única, expressando o cotidiano da cidade de forma alegre e contagiante.
Amélio da Silva Vaz, paratiense, se envolveu com a música aos 5 anos, quando já cantava canoa e Folia de Reis com os irmãos, e acompanhava o pai nas festas de jongo. Gostava de colar nos músicos, prestando atenção nas rimas.
Aos 84 anos, Seu Amélio é um dos poucos cirandeiros de Paraty a preservar a tradição dos versos de improviso. Sabe contar sua história de vida em forma de poema, com 28 estrofes, rimando as lembranças dos tempos do chiba e das modas inventadas no calor das festas. O banquinho em frente à sua casa, hoje, é o lugar preferido para criar seus versos.
Ao longo da vida, como muitos mestres cirandeiros, Seu Amélio foi lavrador e pescador. É conhecido também pelo pé-de-moleque de gengibre que gosta de fazer. Chegou a tocar viola, mas se aperfeiçoou mesmo no pandeiro, na voz e na memória viva que preserva a cultura da ciranda na cidade.
A exposição Amélio, Mestre Cirandeiro, reúne obras gráficas e digitais, entre fotos, vídeos, santos das festas animadas pelos cirandeiros, resplendor e bandeiras do Divino, textos e trechos de poemas que revivam a trajetória deste grande mestre cirandeiro.
Curadoria: Fernando Fernandes
Produção: Emanuel Gama
Design: Leonardo Assis
Fotos: Leonardo Assis
Abertura: 27 de abril de 2018
Encerramento: 27 de maio de 2018
Natalino Silva
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