A arte do artista plástico, educador, sociólogo e cientista político Pedro João Cury tem algo de inovador, inusitado e provocador aos olhos de quem a aprecie. Engana-se quem pensa que observa um bordado tradicional, ortodoxo ou à moda antiga, como se diz no senso comum. Não se trata de um bordado convencional ou uma tapeçaria, como muitos a identificam. O artista, que escolheu a juta como suporte, usalinhas, lãs, barbantes, entre outros fios, como se fossem a tinta e, a agulha, o pincel. Pelas tramas do tecidotraça sua cena, retomando os alinhavos que aprendeu com a mãe. Não tem ponto corrente, não tem ponto cruz. Linhas e lãs sem regras para deslizar.
Suas obras trazem registros das culturas tradicionais e aliados que o inspiram no presente: os encaixes de MC Escher, a diversidade simbólica e crítica de um Bosch, a luminosidade e dramatização das gravuras de Goeldi ou numa obra de Portinari, no armorial brasileiro, nas palhetas e pinceladas de um Picasso, entre outros. Os grafites assim como as pichações e a literatura, também são fontes de aprendizado e tem seus símbolos expressos em suas obras.
A arte de Pedro João Cury capta o expectador para uma aventura sem igual, oferecendo aos que a observam a oportunidade deum diálogo, uma conversa que permita descontruir padrões e incentivar o ser criativo.
Curadoria: Fernando Fernandes
Produção: Emanuel Gama
Texto: Eloisa Marques (elÔ)
Sinalização: Leonardo Assis
Fotos: Leonardo Assis
Abertura: 17 de maio de 2019
Encerramento: 30 de junho de 2019
Sala Dona Geralda
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