Um indivíduo que tem em si um coração que pulsa no ritmo da cidade e dança conforme o movimento das marés, assim é o caiçara de Paraty. Filho orgulhoso desse chão, ele sabe de cor o delineado de cada rua estreita que atravessa, sabe o tempo das festas e os versos de velhos poetas que cantaram seu amor por essa terra. O caiçara se encanta com a vida em Paraty, como um forasteiro que chega à cidade pela primeira vez. Na dinâmica de chegadas e partidas, típica daqui, ele se vê portador de um vínculo inquebrável com o lugar. Anda entre os turistas que desfrutam das nossas belezas e, por sua vez, não deixa de vivenciar seu território.
Maguela é um caiçara, desses que tem gosto de viver Paraty e suas tradições. Participa do teatro que acontece diariamente diante dos seus olhos. Conhece os personagens que compõe as histórias da cidade como as plantas dos pés conhecem cada pedra do Centro Histórico. Nascido em família de pescadores, esteve desde pequeno perto dos saberes do nosso povo. No seu caminho musical pelos bares pôde conhecer a alegria da nossa gente e, tocando ciranda, viu a si próprio como um agente responsável por cuidar do nosso patrimônio.
A cidade proporcionou a Maguela vivências e estímulos que lhe colocaram próximo das artes e, tomado por curiosidade, se aproximou das telas e pincéis. Assim aconteceu o reencontro com sua identidade e hoje, por meio da pintura, reafirma que o cotidiano da cidade é o seu prazer. Retrata com tintas coloridas a imersão cultural de quem escolheu viver caiçarando por Paraty.
Curadoria: Fernando Fernandes
Produção: Emanuel Gama
Design: Leonardo Assis
Texto: Tayná Pádua
Fotos: Leonardo Assis
Abertura: 28 de novembro de 2019
Encerramento: 01 de março de 2020
Pátio da Casa
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