O meu regresso, meu ingresso, meu processo...
Agora estou voltando a Paraty, onde naufraguei no final dos anos 70 e vivenciei por três anos um surrealismo hiper-criativo na forma de ser do seu povo, com poetas malditos e cavalos enlouquecidos galopando nas madrugadas. Com mazinhos cheirados e ciumentos vingando o honor da filha possuída pelo Arcanjo Gabriel, sobrevivendo às balas que atravessavam o seu corpo, sobre olhares complacentes de uma sociedade que bebericava uma muricana enquanto esperava a chuva passar.
Eu voltei, carregando na memória a imagem do Zé Kleber apoiado na balaustra da ponte fitando o horizonte e com a sua voz rouca a falar:
- Pois ser, uma baleia enorme apareceu na baia de Paraty e desovou milhares de ovos luminosos que vão aumentar a felicidade do nosso povo.
A memória me faz vagar pela cidade como sonâmbulo de um sonho do qual é difícil acordar. Este sonho, como tantos outros, alimentava o imaginário de um povo que tinha criado a própria nuvem, bem antes que o Steve Jobs!
Quem sabe, esta minha exposição consiga mostrar parte daquela energia...
Tony de Castro
Curadoria: Tony de Castro
Produção: Emanuel Gama
Design: Leonardo Assis
Fotos: Leonardo Assis
Abertura: 25 de outubro de 2019
Encerramento: 22 de novembro de 2019
Sala Samuel Costa
ABERTURA DA EXPOSIÇÃO | 25/10/2019
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