ELIANE BAND e o mundo visto de sua montanha interior. De suas partes esquecidas e renunciadas, da contestação de sua “realidade”, surge a arte em sua vida.
Das montanhas nevadas do Himalaia, das fumaças, dos Rabaris, da sabedoria dos mundos sagrados, da relação do trabalho com a terra, da lenha, do leite, da lã, dos Charans, dos nômades tibetanos de Changthang, da liberdade, da mudança...
TEMPO DE MATURAÇÃO, INCERTEZA E MOBILIDADE
A busca de Eliane Band também atravessa um longo e rigoroso inverno – a morte de seu velho eu e a assertiva escolha pela fotografia.
O “isolamento” da fotógrafa em paisagens exuberantes, em regiões altas e frias, o convívio com as diversas castas e o encontro com povos, em sua maioria, isolados, é o caminho, que de fato, reflete sua refutação pela ilusão de buscas que teriam como base a proteção, estabilidade e segurança.
Eliane encontrou pessoas íntegras no Oriente Asiático. Diante de grandiosa solidariedade e luminosidade de culturas autênticas que conservam suas crenças e rituais, ela traz em Mundos Esquecidos um trabalho delicado e potente. Os contrapontos, os contrastes, as cores fortes da índia, grãos e cascas dos campos do Vietnã, a sinergia do trabalho, esforço e natureza, a sutileza do amor.
Sua escolha a levou a lugares remotos e distantes, que inevitavelmente, colocaram-na próxima de sua natureza, de seu olhar agudo capaz de registrar a realidade de culturas raras que não queremos mais esquecer.
Eveline Costa
Sala Samuel Costa | 18 setembro – 20 outubro
Realização: Paraty em Foco
Entrada Gratuita
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