Por Patrícia Sada
Em um quintal cercado pela paisagem verde da Mata Atlântica e sua diversidade, caminhar e observar os ciclos da natureza é um deleite. Acompanhar com proximidade as formigas, que vivem em um vai e vem no tronco esguio da Embaúba, atentar-se ao despertar dos vistosos cachos de flores amarelas do Guapuruvu na primavera, e vê-lo perder suas folhas no inverno. Esse é o ritmo que a artista plástica e arquiteta mexicana, Patricia Sada, escolheu para viver.
No ano de 1982, Patricia mudou-se para Paraty, e em sua vivência perto da mata, descobriu novos horizontes para seus pincéis. No bairro Ponte Branca, onde reside, a artista encontra em seu jardim folhas, troncos e gravetos, valiosos materiais, que utiliza para criar e experimentar. Em seu ateliê na Rua da Praia, as Embaúbas recebem padrões geométricos e personagens; o “pequeno exército de galhos” de Guapuruvus se une, se colore, forma tramas e murais, em infinitas possibilidades.
A pintura marcante e moderna da artista recria os elementos naturais, seu trabalho com madeira chama a atenção dos passantes e dos barqueiros caiçaras que, ao reconhecerem as espécies nativas, presenteiam Patricia com troncos que o mar traz até o cais.
Guapuruvus e Embaúbas são árvores utilizadas no saber fazer indígena e caiçara, a primeira no feitio de canoas, flechas, varetas de pipa e gaiolas; a segunda possui potencial medicinal em suas folhas e raízes, além de auxiliar na regeneração de áreas desmatadas. As espécies avivam a Mata Atlântica, trazem um mundo de possibilidades para Patricia e provocam nos espectadores novas sensações.
Texto: Tayná Padua
Fotos: Leonardo Assis
Abertura: 27 de novembro de 2018
Encerramento: 01 de março de 2019
Sala Natalino Silva e Dona Geralda
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