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Foto do escritorCasa da Cultura de Paraty

PARATY HÍBRIDA - por Antovani Di Borotto

Paraty Híbrida –Todo em Parte

Antovani Di Borotto

Há seis anos, Antovani Di Borotto vivia em Roma, onde mantinha um ateliê de alta-costura, no centro da cidade. Ao organizar um desfile, para apresentar seis vestidos, ele resolveu criar um convite diferente. Fez uma colagem, misturando cenas, pessoas e lugares de Roma. “O convite chamou mais a atenção do que o próprio desfile!”, diverte-se ele, contando sobre como decidiu deixar o mundo da moda para se dedicar às artes-plásticas. Depois de um mergulho interior, “enfiado numa casinha no mato”, na Bahia, teve a certeza de que era mesmo o que queria.

Nasceu assim o projeto “Sincronicidade”, em que o artista ítalo-brasileiro retrata cidades do mundo em colagens, usando diversas técnicas, unindo recortes de imagens digitalizadas. “Posso colocar São Paulo dentro de Nova York, Singapura dentro de Salvador”, diz ele. Na exposição Paraty –Todo em Parte, promovida pela Associação Paraty Cultural, na Casa da Cultura, de 16 de junho a 16 de julho, Di Borotto sincroniza três temas da cidade histórica, que descobriu nos anos 90, em uma viagem de mochila.

O artista vai expor 12 telas que variam entre 60 cm x 60 cm a 80 cm x 150 cm, divididas em três temas: no primeiro deles, “Biodiversidade”, simboliza fauna, flora, natureza em geral. O segundo, “Ícones”, representa a religiosidade, os santos, e festas locais. Por último, o bloco “Cultura” traz o artesanato e a arte indígena, a musicalidade e a culinária, incluindo a tradição da cachaça.

Natural de Campos Gerais, no sul de Minas, Di Borotto ganhou o mundo logo cedo, aos 18 anos. Viveu 4 anos em Nova York, antes de se mudar para Roma, onde fixou residência por 16 anos e se especializou em design de moda na Accademia Internazionale D’Alta Moda e D’arte del Costume Koefia.

Seu projeto envolvendo as cidades se mistura a outro, mais íntimo, denominado “De Dentro de Mim”, em que imprime suas vivências pessoais e referências que vai colhendo em viagens.

Na visão do professor de literatura Anderson B. Martins, da Universidade Federal de São João del Rey, conhecedor do trabalho do artista, o emprego de materiais e técnicas híbridas, uma das marcas da arte pós-moderna, representa um recurso importante nas obras apresentadas. “Di Borotto traduz Paraty através de um hibridismo que confere novas cores a uma paisagem internacionalmente conhecida”, diz o professor.

Expor na Casa de Cultura, em Paraty, tem significado especial para o artista de 40 anos. “Poder mostrar meu trabalho no Brasil, em uma cidade tão encantadora e rica em cultura, é um divisor de águas”, diz Di Borotto.

 

Produção Emanuel Gama

Curadoria: Fernando Fernandes

Texto: Rosane Queiroz

Sinalização: Leonardo Assis

Fotos: Davi Paiva


Abertura: 16 de junho de 2017

Encerramento: 16 de julho de 2017

Sala Samuel Costa

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